terça-feira, 31 de março de 2009

Jogando Chocolate na Cruz

Jogando Chocolate na Cruz

No fim de Março de 2007 o artista Cosimo Cavallaro, fez uma exposição na Lab Gallery em Manhattan, Nova York, causando grande indignação por parte dos católicos e protestantes do mundo todo, a exposição era de Jesus feito em chocolate puro de 1,8 metros pesando 90 kilos ,devido a proximidade da Páscoa, este ato se tornou profano causando grande alvoroço no mundo todo a escultura tinha o nome de My Sweer Lord ( meu doce Senhor).

Hoje estive lembrando deste fato pois esta semana fiz 17 anos de converção e observei uma grande realidade entre os cristãos do mundo todo, que do ponto de vista pratico tem a mesma idéia do artista Cosimo Cavallaro, nós também fazemos Jesus de chocolate, nós também jogamos chocolate na cruz. E fazemos isso de varias formas, quando a Igreja Católica coloca o Papa como mediador entre Deus e os homens e os rituais ou sacramentos como meios de se herdar a salvação estão jogando chocolate na cruz. Quando colocamos regras para que o povo possa andar e dizemos que estas regras são inspiradas por Deus fazendo valer a sua autoridade acima das Escrituras é fazer um Jesus de chocolate. Quando valorizamos apenas o bem estar físico, emocional ou financeiro das pessoas em detrimento de uma vida sem apego, santidade e de devoção a Deus, estamos jogando chocolates na cruz. Muitos tem uma fé de chocolate, muitos tem um alicerce baseado apenas em um mito, onde Jesus não é o centro de nosso culto diário mas sim um “coelho” e um ovo achocolatado. Quando reduzimos Jesus em uma mensagem de bem estar terreno estamos transformando Ele em um mito e estando no mesmo pé de igualdade do coelho.Quando colocamos a salvação como dependente de uma reação do homem em resposta da ação de Deus para resgatá-lo estamos jogando chocolate na cruz de Cristo, estamos nos igualando ao artista Cosimo.

Quando nossa fé não nos faz olhar o próximo com os olhos de Jesus que durante sua vivência na terra valorizou pessoas humildes, sofredoras , doentes, excluídas dos rituais judaicos e discriminadas pelos fariseus , saduceus e o próprio império romano, estamos jogando chocolate na cruz.

Quando ao invés de pregarmos a salvação centralizada em Jesus anunciamos mensagem da Teologia da Prosperidade, estamos fazendo um Jesus de chocolate. Ao lembrarmos do sofrimento de Jesus apenas em Abril, estamos jogando chocolate na cruz. Quando deixamos de comer carne na “semana santa” mas em contrapartida não matamos o nosso ego e a nossa natureza carnal e pecaminosa, estamos jogando chocolate na cruz. Quando criticamos a mídia e o mercado por divulgarem o coelho e o chocolate , sem olharmos se nossas ações glorificam ou não o Cristo ressuscitado estamos fazendo um Jesus de chocolate.

Quando nossa teologia é mais importante do que o sacrifício de Cristo na Cruz do calvário, estamos achocolatando a cruz e a reduzindo em um mito. Nossa fé deve se basear no fato de que Deus provou o seu amor para conosco em que Cristo Jesus morreu pelos nossos pecado sendo nós ainda pecadores, por isso Graças da Deus que nos dá vitória por Cristo Jesus, onde através da Cruz despojou os demônios ,amarrou e destronou o valente. Porém se a nossa fé se desvia dos princípios soteriologicos , ou quando deixamos de praticar o que foi ensinado por Jesus em toda extensão de seu ministério, estamos jogando chocolate na cruz. Por tanto, comer chocolate e deixar de vivenciar o sacrifício de Jesus morrendo para o mundo está no mesmo nível, tem o mesmo peso. Não faremos diferente do artista mencionado acima. O que mais admiro nos pais da igreja do primeiro século era a sua maneira como defendiam sua fé, de como viviam com intensidade a cruz de Jesus, a ponto de morrerem por isso, a ponto de colocarem suas cabeças a prêmio, aponto de glorificarem a Deus pelas fogueiras que os consumiam como fez Policarpo , de tal maneira se sentirem embriagados da presença de Deus ao serem apedrejados e serem recebido pelo pai de braços abertos e ao mesmo tempo perdoar os agressores. Sabe o que é isso? Isto é Páscoa, isso é não comer chocolates, isso é não adotar uma fé de chocolate, isso é não achocolatar a cruz.

Hoje vivemos esta época das festas de chocolates, teologias de chocolates amargos, rituais de chocolates santificados. Que pena! Que Deus possa nos levantar nesta nação Brasileira como baluartes da verdade, que não tem compromissos com os lideres coelhos pregadores dos ovinhos de chocolate surpresa , muito menos com os ovos de chocolates produzidos pela religião, mas compromisso com aquele que não derramou licor de chocolate na cruz , mas derramou o seu sangue que é capaz de purificar os escolhidos por Deus antes da fundação mundo. Aquele que não pode ser comparado a um coelho, muito menos ter o seu sacrifício adocicado pela nossa teologia. Jesus Cristo de Nazaré, o incomparável Deus em homem e o homem em Deus, o humanamente divino e divinamente humano. Aquele que tem a voz doce, mas que provou o fel para que pela sua doçura vencermos as amarguras que o pecado nos faz sentir.

Por tanto fica a meditação para este mês de Abril: Não joque chocolate na cruz e não faça um Jesus de chocolate.

Sandro Arruda da Silva

Brasilia 31-03-2009

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